sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Se já não bastasse o mundo, até a minha presença me incomoda agora. Sempre amei a chuva, acho-a tão mais fortificante que o sol... tão mais feliz, se é que sei o que estou dizendo.

Porém a chuva adquiriu um novo aspecto recentemente. Me faz pensar que apesar de nossa distância, meu bem, essa chuva que se defronta tolamente com a minha janela, também se defronta com a tua. Que esse vendaval também empoeira o teu chão, e que este céu escuro também assombra o teu lar.

Encontramo-nos apartados, vivendo diferentes vidas, vivendo em diferentes mundos e gosto de pensar que coisas simples como esta chuva que cai, também cai onde você está ainda que tenhamos sim uma fase comum, já que arrasta meus sonhos e enterra-os, assim como fez com os seus.

E essa minha insistência em remoer-me na tua ausência é que me desconforta. É saber que me trouxe a sua desesperança sem me tirar inteiramente essa capacidade de perdoá-lo tão depressa.

Ah, foste tão belo em minhas idealizações... será que eu mesma não o criei? Ou não foi você que se moldou em meu coração?

2 comentários:

  1. A cada texto vislumbro o veludo das pétalas de uma escritora que floresceu. Arte, bela arte, triste arte...

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  2. Maravilhoso.Parabéns,tem muito talento (:

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