E é isso. Decidira que não deixaria a rejeição imaginária impedi-la de tentar. E disse, é claro que depois de quase desistir milhares de vezes e de sentir as palavras chegando à boca com a aparente necessidade de um mapa:
-Hipoteticamente, se eu te chamasse pra sair, você iria?
O medo paralisou-a por um segundo. Arrependia-se da própria coragem. E se estivesse abrindo uma porta a qual não devesse abrir? E se ele dissesse com um sorriso triste no rosto que sentia muito, mas que ela não fazia o seu tipo. Todo um turbilhão de ideias e pavor inundando-a de cima a baixo. O coração quase se fazia ouvir mesmo estando eles em um show de rock. Contudo a resposta foi rápida e indolor:
-Vamos!
Tão rápida e indolor que ela não pôde deixar de perguntar se ele entendia as intenções daquela pergunta.
-Com certeza!- ele respondeu.
Os próximos segundos nem precisariam ser narrados. Foi apenas a continuação lógica e esperada daquela breve porém expressiva conversa.
E a noite foi realmente boa. As mãos dele na cintura dela meio incertas se podiam estar lá. As dela nos braços dele pra tranquiliza-lo de que podiam. E o estomago cheio... de borboletas...
O problema das boas noites é que elas acabam. E esta acabou tão rápido.