Acostumamo-nos com os disfarces, tomamo-nos como naturais e esperados. Até bem vindos... deixamos de fazer questão de realmente conhecer as pessoas por traz dos papeis, estes sempre bem interpretados.
E assim, como toda a nossa sociedade, somos nós. Você escondeu-se sob aquele manto de mentiras no qual eu me deleitei sem te conhecer, e sem realmente aspirar por isso.
Abriu então, suas garras sobre mim. Escolheu-me para desvendar-te e me puxou o tapete. Do chão, me encontrava confusa, porém encantada por aquele novo alguém que se mostrava puramente humano.
Passada a surpresa, decidi-me por aceitar-te. Levantei de bom grado da minha zona de conforto disposta a ajudar-te como pudesse e enquanto subsistissem forças. Abracei-te disposta a proteger-lhe o coração, que se encontrava frágil e desacreditado.
De repente suas palavras mudaram, como se voltasse a desempenhar o antigo papel. Como se à mim houvesse algo a ser dissimulado. Atou-me as mãos querido, mas nunca o coração. Deixou-me primeiramente a questiona-lo. Qual parte daquilo havia existido e qual havia sido representada? Ou não seriam as duas, apenas vertentes da mesma mentira? Ou ainda aquele era você, um ser sem poesia nenhuma?
Em seguida passei a questionar-me. Que parte eu havia imaginado ou exagerado, apenas pra satisfazer meu âmago?
Só gostaria que soubesse, que não há razão para o medo, não aqui, não ao meu lado. Não há como voltar à minha zona de conforto, então esperarei pacientemente que se descubra de novo. Apenas não espere até que ao tirar as mascaras, não encontre nada.
Quiçá, o desgosto por aquilo que é sabido que ali está, ou, de maneira agravada, a fobia causada pela perspectiva de já nada encontrar... Fundem face e disfarce.
ResponderExcluir